No dia 27 de setembro será celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. E há bons motivos para comemorar: a sociedade está evoluindo em relação a esse assunto, como pode ser comprovado pelo número crescente de doadores no Brasil.

     Em 2016, quase 3 mil brasileiros doaram órgãos, um alta de 5% ante 2015, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde. 

    Entre os fatores que levaram ao avanço está um decreto assinado em junho do ano passado que passou a possibilitar o transporte de órgãos pelos aviões da Força Aérea Brasileira.     

     A aceitação das famílias de doadores também cresceu. Em 2016, foi de 57%, um ponto porcentual a mais que em 2015.

     Campanhas de conscientização contribuem para essa avanço, creditado também a uma evolução natural da sociedade.

No Brasil, cresce o número de doadores de órgãos; rim e partes de pulmão e fígado podem ser doados em vida

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Em ‘Sete Vidas’, de 2008, Tim (Will Smith) é doador de sete órgãos

Incentivo na TV e no cinema

    Por isso, uma pessoa pode doar partes do fígado para um receptor e ter até metade do órgão retirada para ser transplantada.

     O pulmão não se regenera. Porém, é possível doar uma parte do órgão – normalmente o lobo inferior – e manter uma vida normal. Nesses três casos, os órgãos só podem ser transplantados em parentes do doador até o quarto grau ou com autorização judicial.


MEDULA     

     A restrição não existe para a medula óssea, cujo transplante é essencial em diversas situações – a mais comum é em casos de leucemia. Para ser doador, o interessado deve procurar o hemocentro mais próximo e realizar a coleta de uma amostra de sangue para testes laboratoriais específicos que identificam a tipagem de HLA. O exame revela características genéticas importantes para a seleção do doador.     

     Os dados pessoais e o tipo de HLA do doador serão incluídos no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) e, sempre que surgir um paciente em situação de risco, a compatibilida- de será verificada. Uma vez confirmada, o doador é consultado sobre o procedimento. A compatibilidade entre doador e receptor deve ser total.

A doação de órgãos é um tema recorrente na TV e no cinema. Em 2014, a novela “Em Família”, da Rede Globo, levou ao ar o drama vivido por Cadu (Reynaldo Gianecchini), que, ao ser diagnosticado com uma grave doença, precisou de um transplante de coração.

    À época, especialistas apontaram que a trama da novela ajudou a conscientizar a população do País sobre a doação de órgãos e incentivou a prática entre os brasileiros.

    Já em Hollywood, um dos filmes mais tocantes sobre doação de órgãos é “Sete Vidas”, de 2008. Tim Thomas, personagem de Will Smith, escolhe sete pessoas para doar seus órgãos após sua morte, em uma jornada em que ele busca sua própria redenção.

     Outra boa notícia é que já não há filas para transplante de alguns órgãos no País. O principal exemplo é a córnea.


DOAÇÃO EM VIDA   

     Para reduzir o tempo de espera de quem precisa de transplante é possível doar alguns órgãos ainda em vida. O exemplo mais comum é o rim. Um ser humano pode sobreviver normalmente com apenas um de seus dois rins.

        Já em casos como o fígado, é possível doar fragmentos do órgão, que tem alta capacidade regenerativa.