Souki deu um toque árabe à tradicional iguaria: há opção de kibe e kafta

De lanche a prato principal

Cresce em todo o Brasil a oferta do prato que

ganhou status de refeição 

A paixão do brasileiro pelas hamburguerias há tempos deixou de ser puro modismo. Tanto que a oferta, antes restrita às gigantes redes de fast food, não para de crescer e ganha casas que montam os sanduíches na hora, com misturas de cortes de carnes selecionadas e produtos mais frescos e nobres.

E não foi só a quantidade que cresceu – a qualidade aumentou e, na esteira, os preços vieram junto. Não é raro encontrar hambúrgueres que custam mais de R$ 40. Esse valor é cerca de R$ 10 mais alto que o combo completo nas redes tradicionais de lanchonetes.

Para justificar o preço salgado, as hamburguerias oferecem os chamados “blends” de carnes selecionadas. Entre as misturas há cortes de picanha e costela, por exemplo, além de opção de calabresa, cordeiro e até vegetariana

. Também tem crescido o número de casas temáticas, que apostam na decoração inusitada e em toques regionais. O Souki Burguer, em Pinheiros, na capital paulista, por exemplo, traz o Líbano para dentro do sanduíche ao adicionar molhos de especiarias e oferecer hambúrguer de kibe e kafta. Há ainda os sanduíches sazonais, servidos durante períodos curtos para chamar a atenção do público. Geralmente, têm sabores inusitados para aguçar a curiosidade dos glutões. É o caso do Peanut, da Bullguer rede com várias lojas também na cidade de São Paulo. Os tradicionais pão, carne, queijo, bacon e picles vêm acompanhados de farta camada de manteiga de amendoim. Segundo o Sebrae, as hamburguerias permanecerão firmes e fortes no mercado de alimentos no País. A informação é corroborada por dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), que apontam crescimento de 30% no número de estabelecimentos abertos nos últimos três anos. Ao analisar os resultados desse tipo de comércio entre 1994 e 2014, só na cidade de São Paulo o crescimento do setor foi de 575%. O curioso é que o dourado caminho das lojas fixas tem seguido traçado inverso aos dos food trucks, mesmo tendo custo fixo muito maior. Em 2017, o número de estabelecimentos móveis que vendem hambúrguer caiu pela metade em relação a 2015, quando houve a explosão do negócio. Não por acaso, há grande oferta de food trucks à venda em sites de classificados no País.

Manteiga de amendoim no sanduíche estimula a curiosidade dos clientes